Construção sustentável


    Uma edificação ecológica deve ser concebida com alguns itens indispensáveis para cumprir com seu papel de “ambientalmente correto”.
    Criei esta postagem simples e objetiva de forma a orientar quanto ao básico de uma edificação ambientalmente correta:

1 – Preservação ambiental: influenciar o mínimo possível no meio em que será inserida, que esteja de acordo com determinados padrões de impacto ambiental.
“É preciso sempre olhar o meio-ambiente como um fator limitante, interferindo o mínimo possível e fazendo a natureza trabalhar a favor da arquitetura da casa” - Arquiteta e bióloga Martha Nader, da Ecohabitar Arquitetura e Construção.

2 – Uso racional da água: Captação de águas das chuvas. Ao captar a água a obra pode reaproveita-la em torneiras de jardim, vaso sanitário, para lavar calçadas e veículos e ainda resfriar os ambientes. Se não puder captar ou reaproveitar a água das chuvas instale louças sanitárias que usam menos água.

3 – Eficiência energética: Iluminação natural e artificial. A iluminação natural é o fator mais importante para economia de energia. A iluminação artificial deve ser de LED, pois economiza energia e produz menos calor. O uso de sensores de presença também é uma boa pedida. A instalação de placas de energia solar é uma ótima fonte de economia de energia.

4 – Materiais: O mercado da construção civil dispõe de uma série de materiais de plástico, aço, alumínio entre outros, que são frutos da reciclagem. Caso seja indispensável o uso da madeira, que seja de origem de manejo florestal.

5 – Climatização: Ventilação e cores. É indispensável que uma obra sustentável tenha excelente ventilação natural. O ar deve entrar na edificação, circular entre os ambientes e depois sair com facilidade. O uso de brises também reduz a incidência de sol. A cor da edificação deve ser clara, evitando absorver calor e a tinta não deve liberar resíduos tóxicos. Telhado verde que vem sendo amplamente difundido é uma excelente opção. 

Junta de dilatação


     Não é raro encontrar alguém assustado observando uma fissura na parede de um prédio, ou no piso de uma garagem. Logo vem a pergunta: e essa rachadura aqui? Não existe rachadura, e sim uma junta de dilatação.
    Devido as trocas de temperaturas, os materiais se dilatam ou contraem, alguns mais, outros menos. O concreto é um deles. No calor ele expande, e no frio ele contrai. Por isso as estruturas e panos de laje precisam de uma junta de dilatação. Um prédio grande por exemplo, na verdade pode ser “dois prédios” unidos. Um edifício concebido com duas ou mais estruturas separadas.
     Além das trocas de calor, existe também a acomodação das estruturas, que devem ser previamente calculadas para evitar que fissuras possam causar danos a elas.
     É muito normal ver juntas de dilatação em grandes supermercados, pontes de concreto, até em calçadas, onde pode-se observar a utilização de madeira para separar panos diferentes de concreto para evitar fissuras.
     O rejunte da cerâmica – espaço entre elas vulgarmente chamada de “fuga” – nada mais é do que uma junta de dilatação.
    Existem diversas maneiras para se trabalhar uma junta de dilatação, como por exemplo: réguas de madeira, réguas de metal, de plástico e até mesmo isopor. Estas peças promovem a separação (criam um espaço) em materiais como concreto, cimento etc. para acomodar a movimentação.
   Eis aqui uma miniatura que mostra exatamente a função da junta e como deve ser executada:




Vejam algumas fotos abaixo de juntas de dilatação:






Muro de arrimo / contenção / redenção: O que é?


    Graças a Deus o nosso planeta não é plano. Altos e baixos dão forma as nossas cidades, algumas mais acidentadas, outras menos.
    Não é difícil conceber projetos audaciosos em terrenos acidentados, aliás, são neles que tomam forma os mais belos projetos. Mesmo quando o terreno é plano, é possível injetar uma dose de desnível para deixar tudo mais bonito.
    Onde há corte de terreno, ou mesmo quando existe aterro de uma área baixa, é muito importante se preocupar com a contenção. A contenção nada mais é que é uma estrutura de estabilização usada para segurar o chão inclinado no lugar e para evitar a erosão e o movimento do solo, especialmente em atividades na construção civil. Essa contenção pode ser um muro de arrimo (pedras), um muro de concreto armado (concreto + aço) e até blocos especiais criados de agregado e betão, especialmente desenvolvidos para esta função.
    Ao fazer uma contenção, o interessado deve contratar um responsável técnico para elaborar o projeto (normalmente precisa de aprovação na Prefeitura Municipal) e contratar mão de obra qualificada, pois a coisa é séria mesmo.
    Conter significa segurar um solo instável, para evitar deslizamento e desmoronamento de terra. Por esse motivo a estrutura deve prever furos para escoar a água das chuvas e aliviar a pressão ocasionada por ela.
    Antigamente já foi muito utilizado pedras grandes e dormentes de trilhos para esta função.
    Veja algumas fotos interessantes:










Casa anfíbia

Olá pessoal.

    Estava pesquisando na internet e achei este projeto, cuja ideia me chamou a atenção e admiração.
     Enchente sempre foi um problema em nosso país, não obstante, até cidades altas sofrem com esse problema.
    Sempre imaginei um projeto de uma casa imune a enchente, mas nunca pensei em alguém que ousasse realizá-lo. 
     A ideia britânica baseia-se em uma edificação leve, fixa em quatro pilares de concreto e espuma que fazem-na flutuar como um barco.
     Apesar das limitações de tamanho e peso típicas de um novo projeto, creio que ao aplicá-lo em grande escala melhorias possam transformar a ideia inicial em algo mais adaptado as necessidades reais de uma residência comum.

 Veja a reportagem completa em: 




Mas afinal, qual a diferença entre Engenheiro Civil e Técnico em Edificações?


    Diferentemente de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo, que são cursos de nível superior, o Técnico em Edificações é um curso de nível médio.
Além disso, a duração de cada curso também é muito diferente – 05 anos contra 02 anos.
Como Técnico em Edificações consciente que sou, jamais falaria que ambos estudam a mesma coisa, mas o Técnico pode assinar só 80 m². Que o Técnico trabalha pra burro, mas é a assinatura do Engenheiro vale mais. Respostas absurdas desse tipo lí em fóruns sobre o tema na internet.
    O Técnico em Edificações é um profissional habilitado, que em obra pode tranquilamente promover o elo de ligação entre o Departamento Técnico (Engenheiro e Arquiteto) e a mão de obra (mestres e pedreiros). Um Técnico em Edificações pode atuar como Projetista Civil, pode ser responsável pelo dia – a – dia em uma obra, pode trabalhar como orçamentista, com qualidade, entre uma extensa lista de funções dentro de uma empresa de construção civil.
    Em um Curso Técnico de Edificações você estuda Cálculos Estruturais (muito embora não possa assinar responsabilidade técnica de estruturas), Projeto Arquitetônico (pode assinar a responsabilidade por até 80m²), Materiais de Construção Civil, Topografia, Orçamentos, Empreendedorismo, Normalização e Projetos, entre outras. Todavia a matéria que considero mais importante é a Aula Prática.
    Na aula prática os estudantes de Edificações colocam a mão na massa, locando obras, fazendo formas, armando aço, concretando pilares e vigas, construindo telhados, pintando e texturando paredes, criando tubulações de água fria e esgoto sanitário, etc.
    O Técnico em Edificações é habilitado pelo CREA, normalmente como os engenheiros.
Claro que como em outra área ou formação qualquer, existem profissionais e PROFISSIONAIS. Se uma pessoa frequenta um curso de Edificações só por frequentar, será um profissional destes que circulam pelo mundo sem saber a que veio. Já aqueles que sabem o que querem, e sabem onde querem chegar, um Curso Técnico em Edificações  pode lhe abrir várias portas. Hoje em dia este curso está em alta, faltam técnicos em edificações no mercado de trabalho.
    Em uma empresa organizada e consciente, onde não há disputas por poder, onde o ego de determinadas pessoas não precisa ser massageado diariamente, um Técnico em Edificações pode contribuir muito com suas habilidades.
    Quando me perguntam: Rafael você é Engenheiro ou Arquiteto? Respondo: Sou Técnico em Edificações, com muito orgulho!

Como corrigir fissuras provenientes de "dilatação térmica".


    Pela manhã você observa fissuras nas paredes do seu apartamento, se assusta e chama um profissional para ver o que esta acontecendo.
    Quando o profissional chega para verificar á tarde, as fissuras sumiram. E não há como encontrá-las.
     Provavelmente essas fissuras originam-se devido á dilatação térmica – retração (frio) e expansão (calor).
    Em edifícios de alvenaria estrutural é comum nos aptos do último andar aparecerem esse tipo de fissuras. Esse fato ocorre porque a última laje trabalha muito. Por isso o recomendado é a utilização de junta de dilatação na última laje.
   Se você tem este tipo de problema, pode utilizar um método  de recuperação, de tal forma que o revestimento tenha capacidade de absorver ou acomodar a movimentação dessas fissuras.
    Vou descrever abaixo o procedimento proposto pelo Engenheiro Luiz Sérgio Franco, que é Diretor da Arco e professor da Poli-USP.

1º - Retirar o revestimento de uma faixa de pelo menos 20 cm de largura ao longo do comprimento da fissura, até ultrapassar 25 cm em cada ponta;
2º - Limpar a faixa com uma escova e depois pano seco, para retirar todos os resíduos e poeira;
3º - Aplicar fia adesiva com 05 cm de largura e impermeável sobre toda a fissura;
4º - Aplicar uma demão de cola PVA diluída em água com um pincel (traço 1:1 em volume);
5º - Preparar a argamassa de prevenção nas seguintes proporções:
01kg de cola PVA
3 kg de massa corrida
No máximo 1 litro de água.
6º - Aplicar a argamassa de prevenção com o lado liso de uma espátula de aço com uma espessura de 1 a 2 mm;
7º - Cortar manta de poliéster  em tiras de 14 cm de largura;
8º - Mergulhar a manta sobre a faixa, de cima para baixo, com um transpasse mínimo de 05 cm de emendas – Se a fissura for no canto, a manta deve ser dobrada acompanhando o canto;
9º -  Sobre a manta aplicar uma mistura de cola PVA e massa corrida na proporção 1:2,5 em volume (cola:massa);
10º - Promover acabamento com desempenadeira de aço;
11º - Esperar secar e lixar com lia de ferro número 100;
12º - Aplicar a cola com massa, esperar secar e lixar até a superfície ficar pronta para pintura.

    Este procedimento é exclusivamente para fissuras originadas pela dilatação térmica em pequena escala.
  O ideal é procurar orientação técnica de um Engenheiro Civil, ou um Profissional de Patologias em Construção Civil para verificar exatamente o seu caso.

Pavimentação Permeável


     Criada com o objetivo de minimizar impactos ambientais gerados pelo crescente volume de edificações e pavimentações que impedem a absorção da água das chuvas pelo solo – que geram as enchentes nas cidades - a pavimentação permeável é uma alternativa viável, acessível, que além dos benefícios ambientais, leva beleza e charme ao piso de empreendimentos imobiliários.

     A pavimentação permeável consiste basicamente em uma camada de brita em contato direto com o solo, que fica abaixo de peças de concreto encaixadas, cujos vãos recebem grama natural plantada com terra fértil.
    
     A água das chuvas passa pela grama, e escorre pelos vãos da brita enquanto é absorvida pelo solo. Importante ressaltar que a pavimentação permeável deve ser executada em nível inferior ao piso acabado de calçadas e garagens para evitar que ao saturar, a água invada os ambientes da edificação.

     Não se deve deixar de lado e nem ser considerado menos importante o correto dimensionamento da drenagem e direcionamento de água pluvial.

   Segundo Mariana Marchioni, coordenadora do projeto de estudo do pavimento permeável da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), esse sistema construtivo tem alta capacidade de drenagem, o que evita alagamentos. O sistema é composto basicamente por uma camada de base de pedra britada, ou seja, os agregados deixam espaços vazios por onde a água infiltrada é armazenada. Essa estrutura atua também como filtro, retendo resíduos sólidos, o que ajuda a reduzir a contaminação da água. 

    No revestimento (camada superficial do pavimento), podem ser utilizadas peças de concreto pré-moldadas ou concreto poroso moldado in loco.


    O sistema, já difundido como ferramenta de prevenção a enchentes e alagamentos em países como Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, no Brasil vem sendo propagado com o apoio técnico da ABCP.
Fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

    A Rôgga S.A. Construtora e Incorporadora, que é a primeira e até então a única construtora brasileira certificada pelo Selo Azul da Caixa – nível ouro, sediada em Joinville/SC passou a implantar em seus empreendimentos a utilização deste tipo de pavimentação.

    Hoje em dia, em tudo que se faz, não se pode deixar de lado as questões ambientais. Nós seres humanos não podemos ficar limitados a convivência com o concreto, não podemos nos acostumar com a falta do verde em nossas vidas.